Aprendizado
Walnize Carvalho
Não que as lembranças da Escola em que fiz o primário (Externato Regina) tenham sido esquecidas. Jamais. Dela, trago a sua história como parte importante da minha história. A reverencio por onde passo, pois ela faz parte do meu currículo de vida.
Mas, naquela tarde - noite ao adentrar o portão da “Escola Estadual Visconde do Rio Branco” ( onde fui convidada para um Café Literário, como parte das comemorações do Centenário daquele estabelecimento de ensino) uma sensação estranha tomou conta do meu ser.
Encostei-me na árvore frondosa do pátio cimentado olhando em torno, ao mesmo tempo em que balbuciava: - Eis- me afinal aqui! E quase deixei escapar:- Prazer em conhecê-la!...
O vento frio de outono, com ares de inverno, me fez fechar o casaco e parece me ter puxado pela mão, onde um redemoinho imaginário lançou-me no passado:
Manhãzinha. Infância na Rua do Gás.
Enquanto caminhava de mãos dadas com a professora ou mesmo na garupa da bicicleta do meu pai rumo à minha escola, as meninas da vizinhança (eram três irmãs) se dirigiam sozinhas e saltitantes exibindo alegria e liberdade. No retorno, descreviam fatos ligados à escola em que estudavam, ao grupo escolar (Visconde- era assim que falavam) que me enchiam de curiosidade e - porque não? – de uma pueril pontinha de inveja!...
Contavam que a escola possuía enorme área verde, onde árvores frutíferas eram visitadas por pássaros e que alguns alunos (elas também, com certeza!) na hora do recreio distraíam as professoras e, rapidamente, colhiam dos seus galhos: goiabas, abios, mangas e carambolas...
Experimentava aquele gosto nas lembranças quando, de olhos abertos, me cientifiquei de que o espaço físico agora ocupado pela centenária escola, não era mais o mesmo. Me conscientizei também,que no tempo em que as amigas vizinhas cursaram o primário o educandário era situado próximo à antiga Fábrica de Tecidos...
O chamamento carinhoso de uma das professoras, para que eu caminhasse até o local da Festividade, fez com que estancasse o pensamento e seguisse.
Uma primorosa receptividade, onde relatos emocionantes da história da centenária escola e mais de mãos dadas à poesia e ao canto deram o tom ideal de verdadeiro aprendizado.
Confesso que entre um gole e outro de café pareço ter tido a sensação (agradável sensação) de que por ali estivera nas memoráveis histórias contadas pelas amigas de infância...
Um comentário:
Obrigada Ana Paula,
Você sempre gentil em divulgar minhas garatujas literárias.
Bjs,
Walnize
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